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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Um dracolich no Ministério...

Este post pode ser lido tanto como um relato de sessão quanto como dicas de mestre.
Arte de Clyde Caldwell

Participaram da sessão Rummenigge (Hudini), Aquiles (Pon) e Julio (Aurion). Começamos um pouco tarde, às 20h50 e, mesmo tendo jogado com metade dos jogadores e apenas durante  uma hora e meia, foi mais divertido do que o esperado. Devido ao pouco tempo, decidi agilizar as coisas tentando adotar aquele método mais narrativo/simulacionista nos combates. Foi legal pois percebi que os jogadores ajudaram na coisa, mesmo quando o realismo não era muito favorável à situação de seus personagens. Ou seja, acho que o espírito da coisa é esse mesmo: sem competição entre mestres e jogadores, com todos tentando dar uma verossimilhança aos acontecimentos do mundo de jogo, mesmo que as regras ditem outra coisa. Por exemplo, quando Aurion deu um golpe que faria um pesadíssimo warforged titan ser empurrado seis quadrados, o próprio Julio sugeriu que a distância fosse menor. Afinal, como um golpe de espada de um eladrin faz um negócio desses?

Mesmo usando tal método, foi possível manter uma lógica de desafio com o uso de recompensas e punições com base nas escolhas e intenções dos jogadores, as quais determinavam a dificuldade do problema. Ou seja, as intenções durante o combate e fora dele orientavam a aplicação das regras. Algo bem plausível e que vai contra a fórmula dos desafios de perícia. É incoerente determinar a dificuldade de um problema antes de se saber a solução proposta para ele. Abrir uma garrafa com um martelo é complicado se compararmos com o uso de um saca-rolhas.

Inclusive, é possível descrever uma estrutura simples para essa lógica de desafios; algo que pode ser pensado pelo DM sem muito planejamento ou mesmo no improviso. Na verdade, é algo parecido com a estrutura dos próprios desafios de perícia, com a exceção de que os sucessos e falhas dependem mais das soluções propostas.

Por exemplo, no lugar de ajudar os soldados a derrotar os dois warforged titans que impediam a entrada no ministério, eles decidiram entrar voando por uma janela, deixando apenas Agnul e Lanaya - transformados temporariamente em PdMs, pois seus jogadores não puderam vim - para ajuda-los . Escolhendo esse curso de ação, obviamente teriam mais dificuldades ao enfrentar o ministro mais na frente, já que é mais fácil quando se tem a ajuda de uma tropa! No entanto, nada impediria que eles inventassem uma solução que anulasse essas futuras dificuldades de se enfrentar um ministro e sua guarda pessoal sem tal auxílio: com uma boa lábia, por exemplo, como Rummenigge já fez antes com o personagem Petrus. No fim das coisas, basta seguir uma consequência lógica das ações e tentar recompensar boas escolhas e soluções para os desafios elaborados pelo DM ao longo da aventura. Ex: Voltar para ajudar os soldados e curá-los contou pontos positivos para facilitar o embate final contra Aurélius.

Assim, estou simulando a presença de uma tropa aliada retirando uma quantidade considerável de pontos de vida dos inimigos e narrando como a tropa luta bravamente aos comandos de Mikal, general de Nerídia, que também está dando uma força. Imagine se eu fosse jogar os ataques de cada um desses vinte soldados... Também usei essa solução para representar a presença de Agnul e Lanaya, de forma que ninguém precisou controlar personagem dos outros - algo problemático, mesmo com a ficha resumida - e, ao mesmo tempo, a narração ficou coerente. Dessa forma, meu cansaço mental e o dos jogadores foi reduzido bastante nessa última sessão.

No final eles encontraram o ministro Aurélius montado num dracolich e acompanhado por dezenas de guardas. A sorte é que os pjs estão acompanhados por Mikal e seus homens, sem falar que Hudini já fez a diferença ao evocar uma área de cristais de gelo cortantes. Se eles não tivessem tomado as escolhas certas e se precipitado, teriam que se virar sozinhos contra esse problema, provavelmente sendo forçados a recuar, permitindo que Aurélius escape da justiça de Nerídia, o que dificultaria a descoberta dos braços do Culto de Orcus em Nerídia.

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